domingo, 23 de agosto de 2009

Deixando a vida me levar

Oie blog, quase um mês depois eu volto pra mais um post, agora com o retorno da faculdade fica mais difícil, dá mais preguiça - a preguiça é tamanha que nem no twitter eu tô postando -, então blog, lembro-me de que no início do ano fiquei bem feliz em saber que o show d'O Rappa se aproximava, mas logo depois descobri que não haveria mais o show... Bem, papo vai, papo vem e dia desses 'ouvi o galo cantar' a respeito de uma possível nova data para esse show, pois é, fucei na internet e descobri que no próximo dia 23/10 (pertinho, não?) se realizará o 'grande evento'. Fico eu aqui ansioso, mas para não correr o risco de o show não se concretizar mais uma vez, serei mais cauteloso, vou deixar 'a vida me levar', tal qual Zeca Pagodinho faz, por enquanto vou continuar a ouvir o som dos caras, que por sinal, e como já dito, é muito do bom...


domingo, 2 de agosto de 2009

José, simples assim!

Olha eu aqui, tô meio que sem saco pra escrever, sem saco pra formular frases, parágrafos, então, utilizar-me-ei (caprichei na escrita agora, hein?) de um dos tantos poemas do grande Drummond, lá vai:

José - Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?